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Carreira técnica depois de Sênior: Contribuidor(a) Individual

Aviso: O post a seguir é baseado em pesquisas e conversas que tive com pessoas que ocupam cargo de Especialista e similares. Embora seja minha pretensão, ainda não ocupo este cargo, portanto levem isso em consideração. Espero que aproveitem e tenham uma boa leitura.

Na carreira técnica em TI, muito se fala sobre o que vai acontecer depois que você estiver prestes a passar do nível de Sênior. Na nossa área, é muito comum falarmos sobre carreira em “Y”, porém falamos bastante de um lado do “Y”, o lado Gerencial, e pouco do lado Técnico. Tentarei nesse post explicar um pouco, nas minhas pesquisas, sobre o outro lado do “Y”, chamado por algumas empresas de Contribuidor Individual (IC - Indivual Contributor).

Carreira em Y

Se você ainda não é familiarizado com o termo, carreira em Y é uma forma de progressão de carreira em algumas empresas que, além de uma promoção para a área de Gestão, fornece ainda uma carreira técnica, comumente chamada de Especialista. Na maioria das empresas o cargo de Especialista se espelha em diversos aspectos (salários, benefícios, nível de hierarquia) a alguém que ocupa o cargo de Gestão no mesmo nível, geralmente Gerente ou Coordenador.

Contribuidor Individual

Não consegui encontrar exatamente quem criou o termo, porém suspeito que ele foi popularizado na área de tecnologia pelas Big Techs (Facebook, Google, Apple, Microsoft…), geralmente um Contribuidor Individual é uma pessoa que irá usar seus conhecimentos técnicos para auxiliar a empresa sem ter as responsabilidades (ou melhor dizendo, tarefas) de um Gestor. É importante colocar que, mesmo não sendo um Gestor, geralmente o Contribuidor Individual é uma pessoa referência na empresa e, portanto, exerce liderança. Geralmente são tarefas de um IC em algumas empresas:

  • Condução de 1:1s e mentorias com membros do time
  • Resolução de problemas técnicos em maior escopo e nível de complexidade
  • Influenciar (ou advogar) por boas práticas e padronização dentro da empresa
  • Prover uma visão mais técnica em reuniões estratégicas na empresa
  • Explorar novas tecnologias seja para otimizar algum processo e/ou descobrir novas formas de atuação/oportunidades
  • Geralmente desbloquear o seu time fazendo o trabalho “pouco visto”. Seja configurando algum projeto ou atuando em algum fix.
  • E claro escrever código (talvez não tanto quanto antes mas também).

Um ponto importante sobre o último item citado acima é que, geralmente na medida em que o seu impacto na empresa aumenta, a sua quantidade de código diminui. Isso é natural na medida em que uma pessoa com um domínio maior (e técnico) do negócio, se torna mais relevante em várias áreas, seja para retirar algum impedimento ou para atuar em alguma iniciativa.

Varia de empresa para empresa

Assim como geralmente os níveis de senioridade variam de empresa para empresa, as funções de um Contribuidor Individual também variam. Em algumas empresas a pessoa será arquiteta de software, em outras resolve problemas mais complexos, também pode ser uma espécie de “par” (mão direita) de um Coordenador/Gerente/Diretor. E também há lugares em que pode ser definido por um cargo (ou seria papel?) mais formal, como Líder Técnico de algum time ou squad.

Materiais

Quando comecei a procurar mais sobre esse “salto” de carreira, me deparei com o termo Staff Engineer, tive um pouco de dificuldade para traduzir o termo portanto deixarei assim em inglês, para facilitar a busca de vocês. A partir da descoberta desse termo, pude encontrar alguns materiais bem relevantes (infelizmente todos em Inglês):

Espero que esses post e esses links ajudem vocês a entenderem melhor qual caminho querem seguir na sua carreira e lembre-se, mais importe do que esse post é você entender como é o caminho e as atribuições na empresa em que você está. Converse bastante com seu gestor e tenha sempre em mente que, vai variar (de alguma forma) de empresa para empresa.